ForestVision

O projecto | observar a floresta

O Projecto ForestVISION tem como objetivo, perante as várias problemáticas ambientais locais observadas, promover espaços e estratégias de monitorização, medição, análise e avaliação das florestas. Desta forma prevê-se uma maior capacidade de alerta perante ameaças à floresta, um planeamento mais estratégico para a sua recuperação, prevenção e gestão. 

Pretende-se, através de uma Plataforma Online Inovadora, dar a possibilidade de análise inteligente de grandes manchas florestais e focada nas necessidades especificas da Península Ibérica, através de um projeto piloto baseado em inteligência artificial  com aplicação nas Beiras Interior e Baixa e região da Serra da Estrela. Esta inovação tecnológica possibilita informação útil com alertas precoces que incluem alterações possíveis na dimensão (desflorestação), composição, saúde (pragas/doenças), riscos e outros danos na fauna e na flora. Este modelo de vigia inclui também uma componente ecológico-ambiental que possa promover uma educação ambiental de partilha de conhecimento, regeneração social, ambiental e económica do território. 

Este projeto é implementado com um consórcio de parceiros diferentes que se complementam através das distintas competências e conhecimentos. Entre estes estão um universidade – UBI, uma empresa portuguesa – Estrela Sustentável, uma empresa italiana – Zirak, uma associação ambiental portuguesa – EcoAtivo e outra espanhola – Adenex. 

problemas

O projecto fez o levantamento das principais problemáticas na região da Cova da Beira na tentativa de uma intervenção que vá ao encontro de uma resiliência e sustentabilidade eficaz no Interior. 

Fogos Florestais

O número de ocorrências de incêndios e áreas ardidas em Portugal no ICNF tem vindo a revelar-se em crescente. Enquanto que num período de 10 anos entre 2007 e 2017 se observou uma perda aproximada de 160.248 ha, nos últimos 10 anos (2013-2023) observa-se uma área ardida aproximada de 1.158.316 ha. 

Este crescente acredita-se ser devido a uma falta de gestão das florestas portuguesas no que se refere a observação, limpeza e acompanhamento. 

 

Despovoamento no Interior de Portugal

(foto por Ricardo Lopes)

De acordo com os Censos, Portugal tem sofrido um acentuado decréscimo de população principalmente no interior do pais. Esta despovoação deve-se em grande escala à deslocação em grande escala para cidades do litoral ou já de maior numero populacional. 

Em territórios como Proença-a-Nova, Pinhel, Almeida, Idanha-a-Nova ou Manteigas houve um decréscimo entre 14% e 18%. Na cidade da Covilhã, ainda que sendo uma cidade universitária, houve um decréscimo de 10% entre 2011 e 2021. 

 

Troca Intergeracional

Como forte consequência do despovoamento, há uma carência na troca intergeracional em Portugal. Esta carência é mais notável nas áreas agrícolas, gestão florestal e ainda na manutenção dos ofícios primários como cozinha tradicional ou artesanato.

As atividades ainda praticadas pela população mais velha deixam de ser transmitidas pela falta de interesse na população mais jovem. 

“Em 2021, só 4% dos agricultores têm menos de 40 anos e 55% dos agricultores têm mais de 65 anos.”; “Os jovens agricultores são sempre mais abertos a novas práticas, novas tecnologias, a mais inovação e à digitalização”; ” inverter a desertificação humana das zonas rurais através da fixação de jovens é quase impossivel sem recorrer à digitalização”

– Entrevista a F.Cordeiro,  Ass.de Jovens Agricultores de Portugal –